terça-feira, 12 de abril de 2011

A vida é rara. A vida na terra mais ainda...

Por Antonio Augusto Biermann Pinto

Hoje, 12 de abril, completam-se cinquenta anos do pioneiro voo espacial do soviético Yuri Gagarin ao redor da terra, à bordo do módulo espacial Vostok I. Gagarin foi o primeiro ser humano a atingir o espaço, tendo realizado um volta completa no planeta em 108 minutos. Tendo atingido mais de trezentos quilômetros de altitude, pode vislumbrar a superfície da terra em sua tonalidade azulada, embora não pudesse divisar o planeta como um todo, como uma esfera flutuante na imensidão do espaço. É sonho ancestral dos homens voar, deixar a terra, andar pelo cosmos, explorar o infinito sideral. E é justamente esse sonho, e a vontade de realizá-lo, que impulsionam o homem em sua aventura cósmica. Sabemos muito pouco sobre cosmos que nos circunda. Há pouco mais de quarenta anos sequer haviamos visto a terra por inteiro, o que só aconteceu com as primeiras expedições à lua. Desde então, tentamos buscar, no cosmos, as respostas para perguntas que ainda nem sabemos se formulamos direito, ou se nos é dado formular, ou, mesmo, se alguma resposta há. Hoje, ao menos, temos algumas quase certezas,como a de John Haldane, geneticista britânico, segundo a qual “o Universo não é apenas mais estranho do que supomos; ele é mais estranho do que somos capazes de supor”. Suposições, temos muitas. Certezas? Bem menos. Há vida comunicante e inteligente lá fora? Até hoje, cientificamente, nenhuma evidência, mas nem isso pode ser tomado ao pé da letra. Carl Sagan preconizava que "a ausência de evidência não é evidência da ausência". O que sabemos? Que a terra, que apenas há cinquenta anos pudemos observar a uma certa distância, é linda e frágil, e abriga vida, infinitas formas de vida vem e vão, cumprindo papéis diversos e importantes. A terra, o "pálido ponto azul", a poeira de estrelas, abriga o que para nós, independentemente do que haja ou não lá fora, é o mais importante. A vida na terra, surgida por acaso ou não, é o que de mais importante existe para nós, seus habitantes e dependentes. A vida é rara, a vida é rápida, a vida é, apesar de tudo, bela. Então, nesse dia em que comemoramos a data da visão da vida do lado de fora, voltemos-nos um pouco mais para dentro, e como diz aquela canção, deixe-mos de coisas, e cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida, e nos arrasta moço, sem ter visto a vida. Se nos afastamos da terra, é bom que pensemos na fera, que começa a nos devorar e lembremos sempre que, por mais que nos aflija, até prova em contrário, o universo não foi feito para nós...

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