sexta-feira, 17 de junho de 2011

Licitações para obras da Copa: Jogo perdido?

Foi aprovado essa semana na Câmara dos Deputados um pacote visando acelerar as obras necessárias para o País sediar a Copa do Mundo. Nenhuma surpresa, no sentido de que seriam concedidos muitos benefícios aos empreiteiros e flexibilizada a lei de Licitações, o próprio ex-Presidente Lula já era a favor desse absurdo. Também nada de novo com relação ao total atraso nas obras, o caos dos aeroportos e roviárias, o entupimento do trânsito, ou seja, estamos, hoje, no Brasil, absolutamente como sempre estivemos, completamente despreparados para sediar o evento máximo do Futebol. Era sabido que assim seria, já que assim sempre o foi. Mas o absurdo maior do tal pacote, coisa que talvez "nunca antes na história desse país", pelo menos de 1988 pra cá tenha se visto, é a decisão que admite o sigilo nos gastos e custos das obras. Em alguns casos, o governo não vai divulgar o orçamento nem a estimativa para o custo da obra. Isso quer dizer que, embora saibamos todos, sempre soubemos, que as obras serão hiperfaturadas ( o super, aqui, fica pequeno)não poderemos saber quanto custaram nem qual o valor do orçamento original. Nada mal, não é? Nada mal para os construtores que vão se forrar com o dinheiro público. A decisão, nos tempos em que vivemos, é escandolosa, beira o deboche para com o cidadão brasileiro, e provém justamente de uma casa que deveria dar exemplo no cuidado com o dinheiro público. Mas é futebol, não é mesmo? É futebol, esse esporte maravilhoso, de poder tão grande sobre as pessoas que é capaz de fazer com que as muitos acreditem, e defendam, que em nome dele vale tudo, até perder a decência e a vergonha. E se render uns bons milhões do bolso do contribuinte, então, melhor ainda. Nessa partida, quem acreditou que um empate seria bom negócio, já vai vendo que o cidadão vai perdendo de goleada. Essa medida da Câmara foi só mais um gol contra. Contra nós.

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