sábado, 25 de agosto de 2012

Poema (Manoel de Barros)

A poesia está guardada nas palavras - é tudo que eu sei. Meu fado é o de não saber quase tudo. Sobre o nada eu tenho profundidades. Não tenho conexões com a realidade. Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas). Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. Fiquei emocionado e chorei. Sou fraco para elogios. BARROS, Manoel. Tratado geral das grandezas do ínfimo. Rio de Janeiro: Record, 2001

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