sexta-feira, 18 de março de 2011

O Dia Depois de Amanhã...

O Dia Depois de Amanhã, da ficção à realidade.

Em 2004 quando assisti pela primeira vez o filme “The Day After Tomorrow”, em português, “O Dia Depois de Amanhã”, achei que assistia a mais uma obra do gênero ficção científica apocalíptico.

Passados alguns anos, algumas viagens pelo mundo, desastres e mais desastres naturais, começo a achar que a ficção do filme pode estar mais próxima da realidade do que eu imaginava.

Apesar da negativa de alguns cientistas, tenho uma sensação de que a natureza está começando a cobrar o preço do descontrole do crescimento mundial.

O homem continua a ocupar espaços onde não deveria estar, criando também instrumentos tecnológicos que estão causando mais e mais riscos ao próprio homem. São os casos das usinas de produção de energia. Desde as hidroelétricas até as nucleares, todas causam grandes danos ao planeta.

Em fevereiro de 2007, o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) chamou a atenção dos meios de comunicação e alertou o público em geral de forma inédita sobre um dos mais preocupantes problemas em nosso planeta.

Outra análise divulgada em setembro de 2009 revelava que as estimativas do relatório de 2007 podem ter sido modestas. O motivo é que tanto o ritmo como a escala das mudanças climáticas globais já teriam superado o que havia sido previsto em 2007.

Segundo diversos indicadores, os impactos climáticos estariam chegando mais rapidamente do que se pensava. Como exemplos, estão a perda de gelo nas montanhas e no Ártico e a acidificação dos oceanos.

O relatório “Climate Change Science Compendium 2009”, divulgado no dia 24 de setembro de 2009 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) é ainda mais alarmante.

Produzido por cientistas de diversos países, o relatório destacava a extrema importância de que cheguemos a um novo acordo global para o clima para vigorar com o fim do Protocolo de Kyoto, em 2012.

O relatório do Pnuma destaca alterações por todo o planeta. Na Europa, além da aceleração do derretimento do gelo nos Alpes e Pirineus, há o aumento da aridez no solo que se espalha do Mediterrâneo para o norte e o deslocamento de espécies vegetais para altitudes mais elevadas.

Água mais ácida que pode corroer uma substância chamada aragonita, fundamental para o crescimento de corais e das conchas de moluscos, chegou à costa da Califórnia nos Estados Unidos, décadas antes do que os modelos haviam previsto.

O derretimento de glaciares e mantos de gelo nas regiões polares está mais rápido. No manto da Groenlândia, por exemplo, o derretimento observado recentemente foi 60% superior ao recorde anterior, em 1998.

Outros estudos apontam que a elevação dos níveis do mar podem ser maiores do que se estimava anteriormente. Os aumentos podem chegar a 2 metros até 2100 e de cinco a dez vezes mais nos séculos seguintes.

E o que isso tem a ver conosco?

Nos últimos anos, temos convivido com desastres naturais que nos causaram prejuízos não só materiais, como a perda de centenas de vidas.

O que assistimos no Japão, um país bem mais preparado para desastres naturais do que o Brasil, é muito mais alarmante do que podemos imaginar. Se lá é assim, imaginem um desastre maior aqui.

A Usina de Fukushima continua “arrepiando” os mais otimistas dos especialistas no setor. Ontem, a Tepco (Tokyo Eletric Power), operadora da usina nuclear, não conseguiu concluir os trabalhos para tentar restaurar parcialmente o fornecimento de energia na central atômica para que ela volte a bombear água no local e evitar que os reatores se fundam.

Autoridades internacionais já acusam o governo japonês de omissão, pois teria sido informado dos riscos que um terremoto poderia causar nas usinas em seu país.

Alguns já começam a acreditar que o desastre no Japão pode seguir um rumo maior do que o desastre em Chernobyl << http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Chernobil >>, ocorrido na Ucrânia em 1986.

No país da corrupção, do PAC da Copa e das Olimpíadas, onde o dinheiro é desperdiçado “a rodo” em várias áreas, devemos levar mais a sério o que desastres naturais, aliados a ações do homem sem maiores critérios, podem causar a todos nós.

Não é alarmismo, é só precaução. O sinal de alerta está tocando há muito tempo e não vejo as autoridades tomando atitudes locais e globais em conjunto.

O primeiro mundo, maior responsável por este descontrole climático continua querendo passar a conta para os países em desenvolvimento, e estes cobram dos desenvolvidos e por aí vai, sem solução...

Até quando ficaremos inertes esperando por esta tragédia anunciada sem tomarmos nenhuma atitude real?

Por Ricardo Orlandini, disponível em www.ricardoorlandini.net

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