Sempre que alguém parte, ficamos a procurar, da pessoa que partiu, aquilo que ficou. Já se disse que a saudade é tudo aquilo que fica daquilo que não ficou. Pois o Chicão não está mais entre nós, e a saudade, então, já está fazendo a sua parte, que é esparramar por aí tudo aquilo que deve ficar, do amigo que não ficou. E não será pouca coisa. Talvez, dentre tudo o que fica, a amizade seja o que fica mais forte e perene, sentimento de todos aqueles que tiveram a oportunidade e o privilégio de conhecerem e conviverem com ele. Todos falamos no amigo Chicão. Mas ele mesmo não via aos amigos como amigos. O Chicão não tinha amigos, tinha irmãos! Bastava meia hora de conversa e já era irmão. E como deixa irmãos o Chicão!! Irmãos mais velhos, irmãos mais novos, irmãos da mesma idade dele, que com ele vinham desde a infância, irmãozinhos que ele foi fazendo pelos bairros que visitava e projetos que ajudou a criar. Uma das músicas de que ele gostava muito era "Los Hermanos", de Ataualpa Yupanqui, que diz "jo tengo tantos hermanos que no los puedo contar, en el valle, la montaña, en la pampa y en el mar". E assim era. Chicão tinha tantos amigos, em tantos lugares, que não os podia contar. Fica, então, de tudo o que foi, acima de tudo, a capacidade de cultivar amizades. Chicão vai muito cedo, sem dúvida, mas deixa muito de si em tudo o que realizou. Deixa marcas profundas na região e, principalmente, em Santiago, cidade que, sem qualquer demagogia, foi uma antes, e é outra depois do Chicão. Então, irmão, se a hora era agora, nada se pode fazer. Apenas dizer, como diz outra canção de que gostavas, " gracias a la vida", que te deu muito, mas a nós deu mais ainda, quando nos tornou teus "hermanos". Tenho certeza de que quem te acompanha agora não é aquela que te levou, mas sim "una hermana muy hermosa, que se llama Libertad"...
Adeus Chicão. Você deixará saudades. Santiago jamais te esquecerá. Obrigado por tudo!
ResponderExcluirGrande homenagem, prof. Guto!
ResponderExcluirConseguiu traduzir em palavras o grande amigo que ele foi, com certeza nos deixou um dos legados mais lindos da política riograndense... um legado de humildade, simplicidade e honestidade. Estamos órfãos de um grande líder e amigo!
Um abraço, adorei a postagem!
Mariana Rosa